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Diana Gabanyi

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CEO da The School of Life
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Dia Internacional da Felicidade: um bom motivo para conhecer a eudaimonia

Hoje em dia, ganhar dinheiro com o trabalho é importante, mas ser feliz e realizado ganha cada vez mais relevância para os profissionais

Por Diana Gabanyi, diretora e sócia-fundadora da The School of Life
Atualizado em 11 abr 2022, 16h51 - Publicado em 18 mar 2022, 07h31
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    ia 20 de março se comemora o Dia Internacional da Felicidade, e eu aproveito para te convidar para uma reflexão: você é feliz no trabalho? Essa pergunta era inimaginável alguns séculos atrás, quando as pessoas trabalhavam apenas com um objetivo em mente: ganhar dinheiro. Mas, hoje em dia, no nosso mundo moderno, esperamos sim ganhar dinheiro, mas também encontrar felicidade, ou melhor, contentamento, desenvolver relacionamentos e encontrar sentido no que fazemos.

    É um lindo sonho — no entanto, complicado. Precisamos desenvolver autoconhecimento e dedicar tempo estudando e experimentando como aliar nossos interesses e paixões com algo que seja financeiramente viável. Para agravar essa situação, somos conduzidos a escolher as nossas carreiras cedo demais nas nossas vidas.

    O fundador da The School of Life, Alain de Botton, tem uma ótima frase que traduz essa precocidade na decisão profissional e que sempre me marcou. Ele costuma dizer: “Muitos de nós ainda estamos presos na gaiola da carreira que criamos, por acaso, devido a algumas escolhas apressadas feitas quando éramos inocentes jovens de 18 anos.”

    Como é que com essa idade vamos ter experiência e autoconhecimento suficiente para entender o que nos dá prazer, quais são nossos verdadeiros interesses e como fazer isso se tornar um modo de vida sustentável? Por mais que um jovem seja responsável e bem articulado, dificilmente, nessa idade, terá maturidade para fazer tal escolha de maneira certeira, e isso acaba levando a pessoa a mudar de carreira algumas vezes na vida.

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    Um depoimento pessoal

    Eu mesma transitei por diferentes carreiras, mas, olhando para trás, posso notar que, independentemente do tipo de trabalho, duas características em comum sempre me guiam: uma forte veia de empreendedorismo e o “servir”. Seja ajudando pessoas a desenvolverem inteligência emocional para viverem melhor, sendo assessora de um atleta número um do mundo, unindo-me a um grupo de pessoas que tornam o dia a dia mais prazeroso, seja tendo a oportunidade de colocar em prática meu espírito de criação e liderança.

    Mas sei que é algo raro. Nem sempre se tem a oportunidade, coragem ou condição necessária para se deixar guiar prioritariamente pela sensação de propósito e significado. De qualquer forma, vale o exercício de tentar buscar algo além do retorno financeiro. Não nego que dinheiro é importante, mas, em geral, somos seres capazes de aprender a viver com um pouco menos de bens materiais e, ainda assim, desfrutar de realização e liberdade.

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    Realização, aliás, é algo que eu sempre procurei nas minhas oportunidades profissionais. Isso porque, para mim, o termo felicidade vem acompanhado de uma cobrança por estarmos sempre bem, sorrindo. E nós sabemos que, no dia a dia, há momentos incríveis, mas também há dias em que temos que preencher planilhas, fazer apresentações, olhar o fluxo de caixa, lidar com pessoas desafiadoras e fazer atividades indesejadas.

    Uma palavra melhor do que felicidade: eudaimonia

    Em 2013, quando trouxe a The School of Life para o Brasil, juntamente com a minha sócia Jackie de Botton, eu tive a oportunidade de me aprofundar nessa minha percepção ao conhecer a eudaimonia. Trata-se de um termo criado na Grécia Antiga em substituição à palavra felicidade

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    Os filósofos daquela época, especialmente Platão e Aristóteles, não acreditavam que o propósito da vida fosse ser feliz. A proposta deles era a busca da eudaimonia, uma palavra melhor traduzida como “realização”. Na visão deles, é perfeitamente possível se sentir realizado e, ao mesmo tempo, estar de mau humor, sob pressão, sofrendo dores física ou estando mentalmente sobrecarregado.

    Em resumo: eles nos alertavam para a realidade de que não se tem felicidade sempre, durante todo o dia e toda vida. Até mesmo nos melhores trabalhos e relacionamentos sofremos, e está tudo bem. Não há uma existência sem dor. No entanto, isso não deve nos impedir de seguir em frente e buscar essa realização.

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