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Diversidade e inclusão: o projeto da EY para atrair mais negros

Com o programa Black Professional Network, a EY quer debater temas relacionados aos negros, além de atrair, manter e desenvolver esses profissionais

Por Elisa Tozzi
Atualizado em 10 dez 2020, 20h39 - Publicado em 1 set 2020, 13h14
 (Anna Shvets / Pexels/Divulgação/Divulgação/Divulgação)
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No ano passado, a consultoria e auditoria EY conduziu sua já tradicional semana de diversidade e inclusão. Em um dos eventos, houve discussão sobre os negros no mercado de trabalho – e o painel chamou muito a atenção dos funcionários. Isso estimulou Cristiane Hilário, Rayane Castro e Carolina Fortunato, profissionais negras da EY, a criarem o Black Professional Network, grupo que irá debater a temática e ajudar a atrair, manter e desenvolver profissionais negros.

Com isso, a multinacional, que tem 20% do quadro ocupado por pessoas negras no Brasil, quer reforçar sua preocupação com a inclusão. De acordo com uma pesquisa conduzida pela própria EY, organizações com alto índice de diversidade e inclusão têm funcionários três vezes mais dispostos a inovar e apresentam 6% de aumento na margem bruta e 10% na receita bruta.

Na entrevista a seguir, Cristiane Hilário, sócia de auditoria da EY e líder do Black Professional Network no Brasil, detalha a iniciativa.

Como surgiu a ideia de criar a Black Professional Network?

A EY realiza anualmente uma semana de eventos e painéis dedicados ao tema de Diversidade e Inclusão em suas diferentes frentes. Em 2020, tivemos um dia dedicado ao tema racial em que contamos com a participação de Dilma Souza Campos, uma empreendedora negra e CEO da Outra Praia, e do cientista social negro Vitor Del Rey, que realiza trabalhos para capacitação e formação de jovens negros, através da Escola Ponte para Pretxs.

O painel teve uma repercussão incrível dentro da EY, recebemos muitos feedbacks positivos e pedidos para que esse assunto fosse discutido com maior frequência. A partir daí sentimos a necessidade de criar uma Network que pudesse conectar as pessoas negras e não negras, ser uma voz coletiva dos nossos profissionais negros, discutir temas que não eram comumente discutidos, falar abertamente sobre privilégios e vieses inconscientes. Nosso objetivo é acelerar a equidade racial dentro e fora da EY.

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Cristiane Hilário 5
Cristiane Hilário: sócia de auditoria da EY e líder do Black Professional Network no Brasil (Divulgação/Divulgação/Divulgação/Divulgação)

De que maneira a diretoria e o RH apoiaram o projeto?

Tivemos um apoio integral da nossa liderança, principalmente da nossa liderança de RH. As iniciativas de Diversidade e Inclusão fazem parte da nossa estratégia corporativa e as redes profissionais são como trazemos nossa estratégia à tona, com a ajuda voluntária das nossas pessoas. A EY já tinha três redes profissionais em pleno funcionamento, sendo elas: para equidade de gênero (PWN), para inclusão de pessoas LGBTI+ (Unity) e para inclusão de profissionais com deficiência (EY Able). E agora com o lançamento da Black Professional Network (BPN) complementamos esse portfólio. O BPN nasce trazendo intersecção entre todas as demais redes, visto que temos profissionais negros presentes em todas elas.

Atualmente, qual é a porcentagem de negros na EY? E qual será a meta de inclusão?

Temos atualmente pouco mais de 20% de profissionais negros. Estamos estudando qual seria a meta ideal, pensando em todos os níveis hierárquicos dentro da empresa. Queremos lançar um desafio que faça sentido, que seja exequível num curto e médio prazo e que tenha o compromisso de todos. Esse estudo conta com a experiência do nosso time de Talent juntamente com nossa liderança, olhando os quadros de contratações e pipeline de promoções.

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Encontrar profissionais negros nas Big Four ainda é difícil. Quais são as principais barreiras e como a Black Professional Network irá ajudar a quebrá-las?

Os profissionais negros estão sub representados em vários segmentos e posições dentro do mercado de trabalho, inclusive nas Big Four. As barreiras vêm desde a criação familiar e condição sócio econômica até a formação acadêmica desses profissionais. Sabemos que as oportunidades no nosso país não são as mesmas para negros e não negros. Em função de todo o histórico do Brasil desde o tempo da escravidão, infelizmente, a condição social da maioria da população negra é muito inferior à da população não negra. Muitos não têm acesso à uma graduação e quando têm, muitas vezes não é numa instituição de ensino conhecida ou de renome.

As grandes organizações têm como prática recrutar estudantes e profissionais que tenham frequentado instituições de ensino conhecidas e renomadas, justamente onde a população negra é uma minoria, ou que tenham um background uma formação diferenciada, por exemplo estudado fora do Brasil, o que também não é a realidade desse público negro. Aqueles que eventualmente tenham frequentado uma boa instituição de ensino até chegam aos processos seletivos, mas quando são comparados com outros candidatos não possuem todas as qualificações e skills requeridos para as vagas, principalmente sobre o nível de proficiência da língua Inglesa.

Aqueles que se destacam nos processos seletivos e são contratados, muitas vezes não encontram um ambiente agradável e receptivo para trabalharem, não se sentem representados e nem pertencentes àquela organização e acabam se desligando precocemente. Com a Black Professional Network, focaremos inicialmente nesse primeiro ano, em iniciativas de reavaliação das estratégias de recrutamento junto ao time de RH, ampliando a nossa rede de busca de candidatos, revendo perfis de vagas e de qualificações exigidos, desenvolvendo programas de capacitação de novos talentos, além de instruir e levar um olhar mais inclusivo para os nossos processos seletivos. Também trabalharemos bastante com os temas de conscientização e letramento racial para que nossos profissionais se sintam parte da nossa organização e consigam se desenvolver ao máximo.

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