Janeiro Branco: cinco dicas para aumentar o bem-estar no trabalho
Pessoas deprimidas e ansiosas deixam de trabalhar, em conjunto, 12 bilhões de dias úteis, todos os anos. Veja como mudar esse cenário.

O tema da saúde mental ganhou o espaço que merece, nos últimos anos, com debates nas redes sociais e campanhas a favor do bem-estar. Mas ainda há muito trabalho a se fazer.
A OMS alerta que a próxima pandemia pode ser causada por transtornos psicológicos. Enquanto isso, a Organização Internacional do Trabalho estima: pessoas deprimidas e ansiosas deixam de trabalhar, em conjunto, 12 bilhões de dias úteis, todos os anos. Por isso, deixamos de produzir quase US$ 1 trilhão.
É uma crise silenciosa que afeta a produtividade das organizações, mas também sua longevidade.
Diante desse cenário, e em meio à campanha do Janeiro Branco, surge a pergunta: como agir de maneira diferente, em 2025, e evitar o colapso mental?
Para Renato Herrmann, especialista no desenvolvimento de lideranças e em saúde mental no trabalho, a resposta é simples. “Precisamos cuidar da pessoa que está no centro de tudo: nós mesmos. Sem isso, nem as ferramentas mais avançadas e revolucionárias serão suficientes para sustentar o futuro.”
Um bilhão de pessoas enfrentava algum transtorno mental em 2023, de acordo com a OMS. E 48% dos profissionais estão esgotados mentalmente, segundo uma pesquisa da Future Forum que ouviu 10 mil pessoas dos EUA, Reino Unido, Austrália, França, Alemanha e Japão, entre 18 e 29 anos de idade.
No Brasil, 72% dos profissionais se sentem estressados no trabalho, segundo a International Stress Management Association. E mais: 32% sofrem com o burnout.
“Se continuarmos ignorando o tema, teremos uma força de trabalho e uma sociedade emocionalmente esgotada, sem capacidade de lidar com os desafios futuros”, afirma Renato. “E esse é o tipo de problema que a tecnologia não consegue resolver sozinha.”
Por isso, o especialista dá cinco dicas para aumentar o bem-estar e valorizar a saúde mental no ambiente de trabalho. Confira a seguir.
- Promova uma cultura de diálogo. Crie um espaço onde os colaboradores possam falar sobre seus desafios sem medo de serem julgados. Encorajar conversas sinceras sobre o tema ajuda a identificar problemas – e encontrar soluções para eles antes que seja tarde.
- Treine líderes para identificar sinais de sofrimento mental. Os gestores devem ser capazes de reconhecer sinais de esgotamento ou estresse excessivo entre suas equipes. Além disso, devem ser incentivados pela empresa a oferecer suporte aos colaboradores.
- Implemente políticas de bem-estar. Ofereça benefícios como programas de apoio psicológico, dias de folga e horários de trabalho flexíveis. Essas iniciativas demonstram que a empresa valoriza a qualidade de vida de seus colaboradores.
- Invista em avaliações contínuas de clima organizacional. Ferramentas tecnológicas podem ajudar a identificar problemas e entender o estado mental da equipe. Essas análises, por sua vez, permitem criar estratégias personalizadas para atender às necessidades dos colaboradores.
- Ofereça informação sobre bem-estar psicológico. Realize workshops e palestras sobre o tema, abordando tópicos como gerenciamento de estresse, técnicas de mindfulness e identificação de transtornos comuns.
Para Renato, é um bom momento para agir. Afinal, janeiro é um mês de recomeços e resoluções. “É hora de trazer o equilíbrio emocional de volta ao centro da conversa e agir para que ele não seja apenas uma pauta passageira.”