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Os desafios de Samantha Politano, diretora de RH da Gocil

Ao assumir a diretoria de RH da Gocil no auge da pandemia, a executiva precisou estar mais próxima do negócio e pronta para ouvir as pessoas

Por Hanna Oliveira
Atualizado em 12 fev 2021, 16h13 - Publicado em 18 dez 2020, 08h36
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  • Esta reportagem faz parte da edição 71 (dezembro/janeiro) de VOCÊ RH

    A carreira de Samantha Politano, de 43 anos, começou quando ela tinha apenas 17 e se tornou trainee da montadora Ford. Administradora por formação, foi parar na área de recursos humanos porque, na época, ainda existia uma percepção de que mulheres se sairiam melhor em setores de humanas do que de exatas. “Na época não existiam as boas questões de diversidade de hoje”, diz Samantha.

    Mas ela se apaixonou pelo setor, no qual trilhou sua trajetória em companhias multinacionais, como a alemã Lufthansa, de aviação, e a britânica Babcock, de infraestrutura, onde estava até receber uma proposta para assumir o RH da Gocil, em abril deste ano. Empresa familiar com 35 anos e mais de 25.000 funcionários que atua com segurança e serviços, a Gocil precisava de alguém para construir um novo projeto de gestão de pessoas. “Foi o que me brilhou os olhos: poder fazer a diferença e deixar algo como meu legado”, explica a executiva.

    Desafio

    Só que, no meio do caminho, havia uma pandemia com impactos diretos na operação da Gocil, que atua com serviços essenciais. Quando assumiu sua nova posição, em 8 de abril, Samantha teve que equilibrar sua adaptação pessoal a decisões corporativas importantes, como manter os empregados que não poderiam trabalhar em home office seguros — entre eles os seguranças de patrimônios públicos e privados e os responsáveis pela limpeza de diversos locais, inclusive de hospitais.

    “A primeira ação foi afastar todo mundo do grupo de risco, mesmo os que estavam em atividades essenciais. Além disso, realocamos pessoas que tiveram postos cancelados”, diz Samantha. Como os funcionários da operação precisam se expor ao vírus na rua, a diretora de RH e a liderança da Gocil decidiram que eles próprios também estariam presencialmente na companhia todos os dias, mesmo tendo a possibilidade de trabalhar remotamente.

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    A humildade me fez corrigir rapidamente descompassos em algumas decisões. Temos que ouvir mais a ponta.

    Além disso, a companhia disponibilizou vans para buscar empregados em estações de metrô da capital paulista e levá-los até a sede da empresa, respeitando os protocolos de distanciamento. Um comitê de crise foi montado e a velocidade nas tomadas de decisão era constante. “As medidas que regulamentavam ou desregulamentavam as atividades entravam e caíam no mesmo dia”, diz Samantha.

    A crise trouxe lições importantes para a diretora de RH, como aumentar a empatia e ouvir mais as pessoas. “O principal é a comunicação transparente e honesta para dizer onde erramos e voltar atrás. A humildade me fez corrigir rapidamente descompassos em algumas decisões. Temos que ouvir mais a ponta, as pessoas, estar mais disponíveis para ouvir”, afirma.

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    Outro aprendizado se relaciona a algo que está cada vez mais na agenda do RH: tornar-se realmente estratégico, o que levou Samantha a visitar clientes para explicar sobre a situação da Gocil, negociar contratos e manter empregos. “Sempre atuei com RH voltado para negócios, mas dessa vez entrei de fato no negócio, conversando com clientes que estavam passando dificuldades”, explica.

    Para a executiva, mesmo com as adversidades, é necessário apoiar os mais afetados pela crise e enxergar um futuro melhor: “É importante que as pessoas tenham esperança. Temos que trazer essa positividade para a nossa fala, fazer o simples bem-feito e trazer alegria para os funcionários. Isso ajuda muita gente”.

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