Uma proposta de Medida Provisória enviada pelo Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE para o Ministério da Economia prevê a abertura de até 400 mil vagas para jovens aprendizes no Brasil está ganhando força. Em uma semana, a petição online criada pela jovem aprendiz Manuela Bernadino, de 20 anos, para somar esforços à proposta já reuniu mais de 24 mil assinaturas.
“Precisamos expor ao ministério a pressão que a nossa sociedade vem sofrendo atualmente, onde jovens perdem seus empregos e famílias seus sustentos, pois, em alguns casos, a renda do jovem é a única na família”, diz Manuela. Estudante de ciências da computação, a aprendiz faz parte dos projetos Meninas Negras, o Comitê Jovem Aprendiz, a comunidade Cloud Girls e é embaixadora do Instituto Bold.
Baseada na Lei de Aprendizagem, a proposta do CIEE sugere que o governo ajude a pagar os salários dos aprendizes em pequenas e médias empresas. O investimento público, propõe o CIEE, seria de 6 bilhões de reais, ou 0,5% do orçamento do Governo Federal destinado à sociedade em resposta à pandemia da Covid-19.
Segundo um levantamento do CIEE, o custo de um aprendiz para uma empresa é 30 mil reais em um contrato de dois anos, por isso 400 mil vagas custariam 12 bilhões de reais. “O governo pagaria metade dos salários e as empresas a outra metade e com isso seria possível criar até 400 mil vagas”, diz Humberto Casagrande, CEO do CIEE.
Segundo uma pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE, encomendada pelo CIEE, o impacto direto e indireto dos aprendizes na economia é de R$ 5,6 bilhões anuais.
O executivo diz que o cenário da aprendizagem no Brasil estava bem aquém do que prevê a legislação no pré-pandemia. “Menos da metade das empresas estavam atendendo à lei e contratando. Havia 2 milhões de jovens na fila esperando vaga”, diz Humberto.
Com a crise do coronavírus, a queda no número de aprendizes trabalhando foi da ordem de 30% no país. “Muitas empresas não renovaram os contratos, então os aprendizes estão saindo e ninguém entra no lugar”, diz.
Trabalho e educação
O programa de aprendizagem voltado para jovens de 14 a 24 anos é divido em duas partes, uma é a profissional (70%) e a outra é a parte educacional, com 30% do tempo dedicado a treinamento. “Isso faz com jovens que os jovens tenham um desenvolvimento ainda maior nos seus hards e soft skills e contribuindo na diminuição dos índices de evasão escolar”, diz Manuela.
Uma pesquisa recente da Fundação Roberto Marinho com 21 mil jovens estudantes indica que três a cada 10 já consideraram não voltar a estudar por conta da pandemia.
A proposta do CIEE enviada ao governo é que a MP determine que os jovens comecem o programa pela parte educacional na modalidade online, por conta das recomendações de isolamento social e pelo fato de que muitas empresas estão trabalhando em esquema de home-office. “O jovem faria 60 dias iniciais de EAD e depois iniciaria o trabalho”, diz Humberto.
O CEO do CIEE disse à VOCÊ S/A estar otimista. Em reuniões recentes com membros do ministério, parlamentares e empresários, a proposta foi bem aceita. “ A proposta vai ser analisada. É um ganha –ganha”, diz.
A petição online é uma forma de manifestação adequada no atual momento em que a sociedade se encontra, diz Manuela. A meta é chegar ao simbólico número de 400 mil assinaturas. “Não temos condições de fazer cobranças físicas devido uma pandemia, e a petição tem um alcance maior pelo fato de ser online e acessível a um clique”, diz. Para assinar é só clicar aqui
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