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Com participação do Bernardinho, este processo seletivo vai te surpreender

Terceiro maior processo seletivo do país, o Recruta Stone não exige graduação ou experiência, mas é preciso ter resiliência e (muita) determinação

Por Monique Lima
Atualizado em 5 dez 2020, 20h56 - Publicado em 14 jul 2019, 06h00
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  • São Paulo – Sete finalistas aguardavam ansiosos as instruções da última etapa do processo seletivo Recruta Stone, pelo qual competiam. Cada um já tinha superado nove fases anteriores e nenhum deles não sabia o que esperar dali pra frente.

    A primeira surpresa foi a entrada do ex-jogador e ex-treinador da seleção brasileira de vôlei, Bernardinho. Convidado para coordenar as três provas que se seguiriam, foi ele quem explicou as regras do jogo final.

    Cada candidato teria que montar um time com oito pessoas. Na função de treinadores, os finalistas da seleção tinham a missão de criar estratégias, posicionar suas equipes e comandar as ações. A meta informada para seus jogadores era simples: não deixar a bola cair no chão.

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    Teste de toques de vôlei na final do Recruta Stone. (Foto | Luke Garcia/ Stone) (Luke Garcia/ Stone/Divulgação)

    O primeiro jogo seria disputado por três membros de cada time, escolhidos pelos treinadores. Eles tinham que tocar a bola entre eles – como num jogo de vôlei –, sem deixar cair, enquanto se movimentavam na quadra. Os candidatos finalistas não podiam participar, apenas orientar e posicionar os jogadores. Ganhava quem completasse o percurso de ida e vinda na quadra de 5 metros, em menor tempo.

    A inspiração para esse processo seletivo, segundo a Stone.Co, partiu do modelo de treinamento dos fuzileiros navais americanos. A companhia de pagamentos usou como referência os testes de aptidão impostos aos militares, na tentativa de avaliar sua determinação e desejo de entrar na empresa.

    Longe de ser uma preparação militar, a alusão é à disposição e interesse que os candidatos possuem ao enfrentar cada uma das etapas, mantendo o desejo de concluir e se provar melhor. No caso dos fuzileiros, a motivação é o espírito patriótico. Para os  recrutas da Stone, é a vontade para integrar a equipe de 4.755 pessoas.

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    Com várias etapas classificatórias e duração média de 4 meses, a final desta 10ª edição contou com sete finalistas que tiveram que superar 38.818 inscritos de todo o país. As nove fases anteriores incluíram  testes de perfil comportamental, questionários de vida, análise de livro, dinâmicas presenciais, entrevistas com avaliadores e a resolução de um caso verídico da empresa.

    Gustavo Botelho, ex-recruta e sócio da Stone, explica que a grande quantidade de provas serve para selecionar os candidatos que realmente desejam entrar na empresa, assim como os testes dos fuzileiros eliminam aqueles menos determinados. “Não é a Stone que escolhe esses profissionais, e sim eles que escolhem a Stone”, afirma.

    Convidada a participar da final, VOCÊ S/A esteve no hotel San Raphael Country, em Itu, ao lado do Bernardinho, dos finalistas e dos 115 funcionários que estavam lá para ser avaliadores.

    Uma vez treinador, sempre treinador

    A final do processo seletivo não é comandada por Bernardinho por acaso. Ele conta que há alguns anos foi convidado a palestrar em um evento da empresa, e conheceu o fundador André Street que lhe contou sobre os projetos e valores da Stone.

    Depois disso, Bernardinho se aproximou da equipe, que o convidou a participar das avaliações. Sua presença traria o espírito esportivo para as seleções e os jogos seriam úteis para trabalhar os valores importantes para a empresa. “Tem sido uma troca muito bacana para mim. Eu saio energizado, pensando em coisas novas”, afirma.

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    Bernardinho conversa com os finalistas e dá feedbacks sobre liderança (Foto | Luke Garcia/ Stone) (Luke Garcia/ Stone/Divulgação)

    Na seleção presenciada pela reportagem, os finalistas foram encorajados, durante duas horas, por Bernardinho a trabalharem suas estratégias e capacidade de liderança ao coordenarem seus jogadores. Ao final de cada prova, o ex-treinador da seleção brasileira de vôlei dava feedbacks positivos e negativos das performances.

    Nada escapava aos olhares atentos dos recrutadores e também dos funcionários avaliadores que participavam das atividades como integrantes dos times.

    Na conclusão da sua participação, Bernardinho deu um conselho. “Você perde, você ganha, você perde de novo e tem que seguir em frente. O esporte ensina isso, como a resiliência é importante”, diz.

    Os vencedores

    Dos sete finalistas, quatro foram aprovados: Isabele Furini, 23 anos; Julia Carvalho, 23 anos; Lucas Danielian, 22 anos e Luiza Wainstok, 22 anos.

    Entre os recrutas, é opinião unânime que a principal lição de todo o processo seletivo foi o autoconhecimento. Focado em entender os valores a trajetória de cada participante, uma das etapas do Recruta Stone é o questionário de vida. As perguntas, de ordem pessoal, são minuciosas. O objetivo é estimular a autorreflexão nos candidatos,

    “O questionário me marcou muito, ali eu senti que eles queriam saber quem eu era de verdade, a pessoa, não apenas meu lado profissional”, explicou a ganhadora Isabele Furini. Para a Luiza Wainstok foi um exercício de autoafirmação. “Em cada resposta você tinha que ser autêntico, não tinha como mentir, porque na etapa seguinte eles descobririam a verdade”, diz.

    Ainda estudando sistema da informação na Universidade Federal de Lavras, Lucas, assim como a Isabele, se sentiu mais próximo do processo pela intenção da empresa de conhecer amplamente o candidato, não apenas suas habilidades técnicas. Para ele, isso permite que, agora como funcionário, ele possa realmente agregar valor e conhecimento à empresa.

    Esse é um dos maiores diferenciais de todo o processo para Gustavo Botelho. “As perguntas têm o objetivo de levantar indagações nos candidatos que levem ao autoconhecimento. Trata-se da descoberta de “quem eu sou” e “o que eu quero”. Ele afirma que essa é a melhor forma de buscar os profissionais do futuro, definidos por ele como um conjunto de competências técnicas e comportamentais.

    Para Guilherme Virtuoso, recruta finalista, porém não vencedor, a evolução pessoal durante o processo foi tão grande que ele não lamentou sua participação. “Quando a gente sai da faculdade é muito comum estar perdido, sem saber o que quer fazer, mas agora, depois de todos os testes pelos quais passei, sei exatamente o caminho que quero trilhar”, diz. Embora não tenha saído como campeão, saiu empregado, pois a Stone fez uma proposta de trabalho que foi aceita pelo participante.

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    Recrutas vencedores. Da esq para à dir: Julia, Lucas, Luiza e Isabele. (Foto | Luke Garcia/ Stone) (Luke Garcia/ Stone/Divulgação)

    Novas oportunidades

    Realizado de 6 em 6 meses, o Recruta Stone já empregou cerca de 900 pessoas, das quais 30 são recrutas. Os outros foram participantes que não conseguiram chegar à final do processo, mas se destacaram de forma a serem convidados a integrar diferentes áreas da empresa.

    Os classificados como “recrutas”, são os vencedores do processo. Eles já podem entrar na empresa em postos de liderança ou como especialistas, com missões ou projetos de maior complexidade. Além desse fator, também podem escolher em qual lugar desejam trabalhar.

    Interessados em participar do processo seletivo podem ficar de olho nas redes sociais da empresa, é por lá que eles indicam as datas. O único requisito é ter mais de 18 anos. (link de inscrição: https://www.recrutastone.com.br/)

    Embora a empresa assegure que as competências técnicas, como graduação, não são uma exigência, todos os finalistas desta 10ª edição eram formados ou formandos em universidades públicas de renome. O ex-recruta Gustavo Botelho, que passou na 2ª edição e não tem graduação, identifica a necessidade de ampliar esforços nas ações de recrutamento. “Reconheço que nossa ação de atração de talentos é muito veiculada a universitários. Talvez tenhamos que aumentar nosso campo de atração para conseguir atingir maior diversidade de pessoas.

     

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