Desconto de até 39% OFF na assinatura digital

Por que precisamos superar o medo de pedir aumento

Mariane Guerra, vice-presidente de recursos humanos da ADP, fala sobre a importância da conversa franca sobre remuneração

Por Letícia Furlan
7 abr 2022, 17h30
Dois homens se cumprimentam com um aperto de mão, como se estivessem firmando um compromisso
A equidade salarial é importante e novas ferramentas auxiliam na busca por ela (Pexels/Tima Miroshnichenko/Divulgação)
Continua após publicidade

Como mulher e alta executiva, posso falar do quão importante é a equidade salarial. Não apenas por ser o certo a fazer, mas pela mensagem que passa, de que o mérito é o que nos diferencia”, afirma Mariane Guerra, vice-presidente de recursos humanos da ADP na América Latina, empresa que lançou uma ferramenta para identificar se os salários dos funcionários necessitam de reajuste.

O Pay Equity Explorer combina análises e faz uma avaliação comparativa, permitindo uma melhor compreensão das possíveis diferenças salariais. “A ferramenta nos ajuda a determinar se há a necessidade de ação, além de fornecer dados que ajudam a garantir que a remuneração não seja apenas equitativa, mas também competitiva no mercado”, diz Mariane. “Para isso, identifica questões como gênero, localização e trabalho para determinar se é necessária alguma ação, além de fornecer dados de benchmarking que ajudam a garantir que a remuneração não seja apenas equitativa, mas também competitiva no mercado.” Em entrevista a VOCÊ RH, a executiva fala mais sobre equidade salarial:

Por que a equidade salarial é um tema importante? 

Como mulher e alta executiva, posso dar meu depoimento pessoal. A equidade salarial é muito importante não apenas por ser o certo a fazer, mas pela mensagem que passa, de que o mérito é o que nos diferencia.

Uma pesquisa do ADP Research Institute fornece um ponto de partida para compreendermos a situação que os funcionários, mas principalmente as funcionárias, enfrentam atualmente. Em todas as regiões do globo, com exceção do Pacífico Asiático, lidar com o estresse foi um desafio maior para as mulheres do que para os homens. A pesquisa também mostra que a probabilidade de receber um bônus ou um aumento salarial ao assumir responsabilidades adicionais ou trocar de função é maior entre homens do que entre mulheres em todas as regiões pesquisadas: América do Norte (62% para eles e 50% para elas), América Latina (60% e 51%), Europa (59% e 51%) e Pacífico Asiático (73% a 70%).

Estes dados nos mostram quanto ainda precisamos evoluir neste quesito para termos um ambiente com equidade salarial entre homens e mulheres.

Continua após a publicidade

O que o RH pode fazer para atingir a equidade salarial?

Alguns cuidados são fundamentais. Treinamento sobre viés inconsciente e de tratamento justo na contratação para líderes, políticas na área de recrutamento e seleção que inibam a perpetuação da desigualdade salarial, políticas que garantam igualdade de oportunidades em promoções. Reconhecidamente, a média salarial das mulheres é mais baixa que a dos homens no mercado.

Quando se entrevista alguém, geralmente se pergunta sobre salário atual ou o último salário. E frequentemente se faz uma proposta com base nessa informação. Uma ação simples para combater a desigualdade de gênero é, por exemplo, abolir essa prática. Se a vaga disponível tem uma remuneração associada de 100, faça a oferta de 100, mesmo se a candidata ganhava 50, porque provavelmente essa profissional ganhava 30% menos que seus pares do sexo masculino. Frequentemente, num caso como esse, a empresa oferece 80, o que significa um aumento importante. A candidata fica feliz, mas estamos perpetuando a desigualdade de gênero. Se fosse um candidato, ele provavelmente já estaria com o salário mais acelerado e receberia uma oferta de 100. Isso é um ciclo vicioso. Abolir essa prática é fundamental.

E os funcionários, como eles podem buscar a equidade?

A ferramenta mais importante que o empregado possui é sua força de trabalho, sua qualificação. É ela que irá diferenciá-lo de seus colegas e fará com que seja considerado para uma promoção ou reconhecimento. E é importante se preparar para fazer as perguntas certas antes de aceitar uma oferta de emprego ou um novo posto, uma promoção. As pessoas precisam perder o medo de discutir sobre salário. Culturalmente, nós, brasileiros, nos envergonhamos de negociar salário. Isso é um erro. Você como empregado está ali vendendo seu trabalho e tem todo o direito de perguntar, por exemplo, como esse salário oferecido se compara com o da média dos empregados que ocupam a mesma posição. Se a empresa não quiser informar, tudo bem. Você pode tomar a decisão sabendo exatamente onde está entrando e como a empresa lida com a questão de equidade salarial.

Continua após a publicidade

Outro aspecto relevante é com relação a ajustes salariais. Muitas vezes, o empregado pensa que o gestor tem que, espontaneamente, reconhecer seu trabalho e lhe dar um aumento. Mas nada impede que esse empregado tenha uma conversa franca com seu líder sobre sua remuneração e explique as razões que, na sua opinião, justificam um aumento salarial. As pessoas precisam parar de achar que, se falarem sobre aumento salarial e o chefe não concordar, vão criar uma situação chata. Se você vai vender sua bicicleta, não tem vergonha de dizer se acha que ela vale mais do que o comprador está oferecendo. Por que com seu trabalho você tem?

Compartilhe essa matéria via:

Quer ter acesso a todos os conteúdos exclusivos de VOCÊ RH? É só clicar aqui para ser nosso assinante.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Você RH impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 14,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.