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Isis Borge

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Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group

Como (e por que) seguir a carreira de conselheiro executivo

A demanda pela atividade está crescendo – e executivos aposentados não são os únicos que podem ocupar essas cadeiras.

Por Isis Boge, colunista da Você RH
22 ago 2024, 15h13
Um cubo mágico de madeira ao lado de uma de suas peças.
 (MirageC/Getty Images/Reprodução)
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Já existe uma demanda forte no mercado por conselheiros independentes, seja para conselhos administrativos ou consultivos. E há vários fatores por trás disso. Algumas empresas, por exemplo, estão se profissionalizando e entendendo as vantagens de ter conselheiros independentes em vez de membros da família dona do negócio – que costumam também ser acionistas ou diretores da própria companhia.

Há, ainda, incentivos do mercado, como um regulamento da B3. No artigo 15 da norma, temos a seguinte recomendação: “A companhia deve prever, em seu estatuto social, que seu conselho de administração seja composto de, no mínimo, dois conselheiros independentes – ou 20%, o que for maior”.

É importante destacar que os conselhos sempre estiveram abertos para receber executivos aposentados – ou que estejam próximos de se aposentar – interessados em continuar ativos no mundo corporativo, mas agora com a missão de orientar, apoiar e sugerir iniciativas da diretoria. Porém, principalmente diante do avanço acelerado da tecnologia, tenho notado cada vez mais espaço nesse board para profissionais mais jovens, com experiência em empresas tech e startups.

Todos os dias sou sondada por altos executivos sobre como fazer essa migração para conselhos. Inclusive, acho importante destacar que é muito positivo quando esse movimento acontece paralelamente à jornada executiva. Desde que não haja conflito entre as empresas para as quais o profissional presta serviço, claro.

Nas cadeiras mais altas, o dia a dia costuma ser solitário, e participar de conselhos de outras empresas pode ser muito positivo. É uma forma de obter novos aprendizados, desenvolver habilidades, ampliar o networking e aprimorar reflexões.

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Existem ótimos pontos de partida para quem quer entender mais dessa jornada. Gosto bastante da abordagem do IBGC, que, além de fornecer o curso formal de conselheiros, permite que os membros participem dos comitês e possam ampliar o networking. Instituições de ensino, como a Fundação Dom Cabral, também estão firmes nessa missão.

Há cursos bem atentos à diversidade nos conselhos, como o da Saint Paul’s, focado em formar conselheiras mulheres. Algo bem-vindo em um momento no qual muitas empresas são signatárias do “30% Club”, que defende que pelo menos 30% das cadeiras do conselho de uma empresa sejam ocupadas por mulheres.

Precisa entender de finanças

Vale destacar que ter conhecimentos financeiros é importante para qualquer conselheiro. Mesmo que esse profissional participe do grupo sob a ótica de pessoas, é preciso investir em cursos de finanças, de leitura de resultados e demonstrativos.

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A carreira em conselho pode ser vista como a nova aposentadoria de muitos bons executivos, que buscam uma longevidade na vida profissional, com jornadas bem mais flexíveis e um ganho salarial, muitas vezes, equiparado ou até maior ao que se tinha no mundo corporativo tradicional – a depender do número de conselhos e do porte das empresas envolvidas.

Migrar para uma posição de conselheiro, porém, não é algo simples. Ainda que a pessoa tenha construído uma carreira incrível em organizações renomadas e tenha boa visão do mercado, a transição precisa ser entendida como uma mudança de carreira: demanda tempo e boas indicações até que o executivo conquiste credibilidade no novo cargo.

Mas é uma espera que vale a pena. Após as primeiras experiências bem-sucedidas como conselheiro, seja considerando o número de conselhos ou a relevância das empresas, a tendência é que, pouco a pouco, a carreira se desenrole, oportunidades surjam naturalmente e o executivo se estabeleça na nova profissão.

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