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Os melhores profissionais de recursos humanos de 2010

Neste ano, 65 candidatos foram selecionados para concorrer ao prêmio de executivos de recursos humanos de destaque em 17 setores da economia. Veja quem foram os vencedores

Por Tatiana Sendin
Atualizado em 5 dez 2020, 19h15 - Publicado em 28 nov 2013, 11h18
Os premiados e a equipe da VOCÊ RH (Ricardo Benichio/)
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São Paulo – Cerca de 200 pessoas se encontraram na noite de 8 de novembro, no Hotel Unique, em São Paulo, para prestigiar os finalistas e vencedores da segunda edição do Prêmio Você RH Profissional do Ano. O evento reconheceu os executivos que mais se destacaram na gestão de pessoas durante o ano de 2010.

Para selecionar os candidatos, a equipe da VOCÊ RH avaliou uma lista com 130 nomes de gestores de recursos humanos que tiveram desempenho superior na estratégia, nos resultados, na influência e no reconhecimento por parte dos colegas da área. Depois, os jurados (headhunters e especialistas do mercado) votaram em até 50 nomes e sugeriram alguns outros. Em 2010, os jurados foram André Fischer e Joel Dutra, da Fundação Instituto de Administração (FIA); Cesar Souza, consultor da Empreenda; Jacqueline Resch, da consultoria Resch RH; Marcelo Cuellar, da Michael Page; Rodrigo Araújo, da Korn/Ferry; e Sofia Esteves, da DMRH. No final desse processo, a equipe chegou aos 65 finalistas, organizados em 17 setores da economia. O número é superior ao do ano passado, quando 53 profissionais concorreram ao prêmio em 15 setores de atuação, o que comprova a crescente importância da área de RH.

Na noite da festa, um executivo de cada setor foi premiado. Depois, os convidados escolheram, ao vivo, por meio de votação eletrônica, o executivo que mais sobressaiu entre todos. O vencedor foi Marcelo Cardoso, vice-presidente de desenvolvimento organizacional e sustentabilidade da Natura. Curiosamente, na maior parte de sua carreira, Cardoso trabalhou na área financeira — esse é o seu primeiro cargo oficial como gestor de pessoas.

Minha palavra num alto-falante

Marcelo Cardoso, vice-presidente de desenvolvimento organizacional e sustentabilidade da Natura, foi escolhido por outros executivos como o Profissional de 2010

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Há dez anos falo a mesma coisa”, disse Marcelo Cardoso ao receber o troféu VOCÊ RH Profissional do Ano. Ele repetiu a frase outras duas vezes durante a entrevista em que comentou a premiação. “O prêmio é mais da Natura do que meu, porque o que venho falando há tempos ganhou aqui um alto-falante.”

Cardoso, de 44 anos, está na Natura há três e esse é, na verdade, seu primeiro cargo oficial na área de RH. Sua trajetória começou na área financeira, quando tinha 15 anos.


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Nascido em São Paulo, no bairro da Vila Maria, estudou em escola pública boa parte da vida. Aos 14 anos, foi morar com a família em Capão Bonito, no interior de São Paulo. A mudança o incentivou a procurar emprego e, um ano depois, ele fazia escrita fiscal num escritório de contabilidade. Em seguida, entrou no Banco Nacional como office-boy. Logo foi colocado no programa de desenvolvimento de talentos e, aos 18 anos, voltou para São Paulo para comandar uma agência com 40 funcionários. Um ano depois, veio o Plano Cruzado e ele teve de demitir 14 funcionários — “com aquela idade”, diz.

Cardoso saiu do banco e assumiu o setor financeiro da Método Engenharia. Naquela época, ele reencontrou a primeira namorada, de quando tinha 13 anos, e que dois anos depois seria sua primeira esposa. Aos 21, formou-se em administração; aos 22, casou-se; aos 24, teve a primeira filha, a “Nanda”; aos 26, teve o Pedro e aprendeu a falar inglês “em 60 dias”. Aos 30 anos, já na GP Investimentos, assumiu o Hopi Hari. “De estilingue, virei vidraça.”

Cardoso sempre foi religioso. Chegou a ser coroinha, depois virou espírita, numa tentativa de entender o que é, para onde vai e por que está aqui. À frente do Hopi Hari, teve sua experiência mais intensa. Criou o “país” desde a sua construção até a definição dos valores e do dialeto (inspirado no papiamento, língua falada em Aruba). “O desafio era encantar o público pelo atendimento.” Mas grande parte dos 1 300 funcionários tinha pouco estudo, pegava um ônibus demorado até chegar ao parque e ainda tinha de atender bem o cliente. Cardoso treinou os colaboradores — e teria seguido assim, investindo nas pessoas e nos valores, por muitos anos, mas o grupo GP já articulava a venda do Hopi Hari.

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O executivo deixou o parque e assumiu a presidência da DBM, uma consultoria de recolocação profissional. Depois, em 2008, recebeu o convite para assumir o RH da Natura. “Na DBM via desperdício de recursos: um cuidava de estratégia, outro de processos, outro de gente.” Sua nova missão era montar uma área que integrasse estratégia, pessoas e processos. Em 2010, treinou 600 líderes em autoconhecimento. Em 2011, educará os outros 6 000 funcionários da Natura. “Toda empresa tem um ambiente que obriga as pessoas a criar uma máscara”, diz Cardoso. “Quando se dá a chance para a pessoa se mostrar como realmente é, o resultado é surpreendente para o funcionário e para o negócio.” Há dez anos ele diz isso.

“Visão sistêmica, valores são coisas velhas, mas as empresas agora começam a dar relevância pela crise que enfrentam na gestão de pessoas.” Na Natura, suas ideias ganham visibilidade, como num alto-falante.

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