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Como a Johnson & Johnson criou um programa de voluntariado 100% virtual

A multinacional Johnson & Johnson teve que adaptar o seu projeto de voluntariado por causa da pandemia da covid-19. Os resultados foram surpreendentes

Por Elisa Tozzi
Atualizado em 4 mar 2021, 09h19 - Publicado em 2 mar 2021, 06h00
Mulher fazendo gesto de coração com as mãos numa vídeo-conferênia
 (Artem Podrez / Pexels/Divulgação)
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A Johnson & Johnson, que atua nas áreas de cuidados pessoais e saúde, tradicionalmente organiza uma imersão voltada ao voluntariado. Batizada de Maratona Social, o objetivo é estimular que os funcionários usem seus conhecimentos para auxiliar no desenvolvimento de projetos de ONGs em parceria com a Phomenta, organização que acelera iniciativas do terceiro setor. Até o 2019, o projeto era presencial. Mas isso teve que mudar devido à pandemia da covid-19 e, no ano passado, a Maratona aconteceu virtualmente.

E o novo formato trouxe excelentes resultados, como a possibilidade de empregados de todo o país aderirem à iniciativa e o aumento nos índices de presença dos participantes. Durante sete semanas, 78 voluntários trabalharam em 12 soluções que se transformaram em 63 entregas para as ONGs.Além disso, uma pesquisa conduzida pela multinacional com os voluntários mostra que 97% deles se sentem mais motivados e satisfeitos com a companhia.

Regiane Soccol, líder da área de impacto à comunidade da Johnson & Johnson na América Latina acredita que a Maratona estimula todos a “saírem da zona de conforto”, o que pode gerar aprendizados importantes. Leia a entrevista completa a seguir.

Quais foram os desafios de organizar a maratona virtual de voluntariado,?

Mapeamos as Organizações sociais com desafios de gestão organizacional e interessadas na iniciativa. Um chamado aos colaboradores de todas as companhias J&J no Brasil foi lançado para atuarem como voluntários para aplicarem conhecimento e suas habilidades visando apoiar as ONGs em seu desafio. E, em colaboração com o time de RH, os participantes foram selecionados e divididos em grupos, de diferentes áreas, funções e nível de senioridade.

Usamos uma metodologia de design thinking aplicada na Maratona, que favorece o desenvolvimento de competências e habilidades, como colaboração, escuta e diferentes pontos de vista, e resiliência e adaptação a mudanças.

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Sendo essa a primeira experiência 100% no modelo virtual e no contexto da pandemia, nos desafiamos para garantir um alto nível de engajamento dos voluntários, e uma conexão verdadeira com a causa e os desafios das organizações participantes, para que juntos pudessem buscar uma solução.

A maratona teve ganhos por ser virtual?

O modelo 100% virtual nos possibilitou expandir a participação de funcionários voluntários do Brasil todo. Em 2020, pessoas de nove estados puderam participar; em 2019, isso ficou restrito a quem morava em São Paulo. Isso nos permitiu maior diversidade e integração, pois unimos pessoas de diferentes backgrounds e perspectivas, proporcionando ainda mais criatividade e inovação para os projetos. Além disso, a presença dos voluntários durante os encontros subiu de 80% em 2019 para 90% em 2020.

Entre as soluções propostas, poderia citar alguma que chamou a atenção?

A ONG Saúde e Alegria, no Pará, trouxe como desafio a gestão do programa de voluntariado da organização. O grupo trabalhou na construção da plataforma de divulgação de vagas e no processo de seleção de voluntários, apoiando no modelo de mapeamento de voluntariados e na construção de Guias, como o Guia do Voluntariado e o Guia de Recomendações para implantar o Programa de Voluntariado e o processo de inscrição.

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Uma pesquisa interna da Johnson & Johnson descobriu que os funcionários participantes do projeto sentiram desenvolver habilidades como empatia, colaboração e trabalho em equipe durante o projeto. De que maneira o voluntariado ajuda a desenvolver competências?

Em projetos como a Maratona Social é preciso sair da zona de conforto. Essa experiência acaba trazendo muitos benefícios de desenvolvimento profissional e também pessoal, como a capacidade de assimilar ideias diferentes, trocar experiências e agir com compreensão para alcançar um objetivo em comum. Tanto que 94% dos participantes disseram que, com certeza, exercitaram esta habilidade ao longo da Maratona.

Outro ponto desenvolvido é a empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro, de nossos colegas, clientes internos e externos, atuando de modo consultivo em busca de soluções que gerem valor e transformação. Ao final do programa, 92% disseram que, com certeza, terminam a Maratona trabalhando de forma mais empática.

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