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80% dos profissionais evitam falar sobre política no trabalho

E, de acordo com uma nova pesquisa, 23% considerariam pedir demissão se o CEO expressasse opiniões políticas das quais discordam.

Por Redação
Atualizado em 16 set 2024, 18h23 - Publicado em 16 set 2024, 18h23
Peças de madeira dispostas em lados opostos. À frente de cada grupo de peças, há as cores azul e vermelho.
 (Andrii Yalanskyi / Getty Images/Reprodução)
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Esquerda ou direita? Vai para Cuba ou quer dar armas na mão da população? Será que isso é assunto para discutir no escritório? Parece que não.

Uma pesquisa recente realizada pelo Indeed, site de empregos com mais de mil trabalhadores brasileiros, investigou se as opiniões políticas devem ser expressadas abertamente no local de trabalho. O estudo revelou que 48% dos entrevistados são contra, enquanto 40% são a favor. Além disso, os resultados mostram que 80% dos trabalhadores evitam discutir política com colegas ou líderes no trabalho. Entre eles, 36% evitam o tema por já terem se sentido desconfortáveis ao expressar suas opiniões políticas anteriormente.

Apesar de 23% dos trabalhadores brasileiros afirmarem que foram orientados pelas empresas a evitar discussões políticas no ambiente de trabalho, 19% declararam que foram questionados sobre suas opiniões políticas por colegas ou superiores.

Embora uma parcela significativa prefira manter seu posicionamento fora do horário de trabalho, as convicções políticas dos representantes públicos das empresas não passam despercebidas. De acordo com a pesquisa do Indeed, 50% dos participantes preferem trabalhar em uma empresa em que o CEO tenha opiniões políticas semelhantes com as suas e, por outro lado, apenas 23% considerariam deixar seus empregos se o CEO expressasse opiniões políticas das quais discordam.

“Ainda que muitos funcionários evitem falar sobre política, os eventos atuais inevitavelmente influenciarão o local de trabalho. Por isso, manter a ponderação em todas as discussões é fundamental para promover um ambiente profissional mais harmonioso”, afirma Lucas Rizzardo, diretor de vendas do Indeed no Brasil.

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Em relação ao desempenho, a maioria (58%) acredita que a posição política da empresa não afeta seu compromisso com a instituição, o que sugere que a maior parte dos funcionários consegue separar opiniões pessoais do trabalho. Entretanto, dentre os 61% que já expressaram suas opiniões políticas abertamente no trabalho, 28% acham que seus colegas os trataram de forma diferente depois que compartilharam sua visão.

Para 21% dos respondentes, as diferenças políticas com colegas de trabalho seriam motivo suficiente para que considerassem deixar seus empregos.

“Esse cenário mostra duas perspectivas: uma é como as discussões políticas podem, de fato, levar ao pedido de demissão quando o funcionário não se sente mais integrado, dependendo das situações vividas no trabalho. Enquanto a outra revela uma certa pressão para abordar o assunto e para se encaixar em determinado grupo. Isso mostra que há receio quando se trata de expressar opiniões sobre questões políticas no ambiente de trabalho brasileiro”, explica o diretor de vendas do Indeed no Brasil.

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O papel do RH

Segundo Lucas, o RH deve assumir um papel ativo na mediação dessas situações. Isso inclui orientar os líderes sobre como gerenciar conversas políticas de forma respeitosa e apoiar os funcionários que se sentem excluídos ou pressionados. A pesquisa revelou que 28% das pessoas que expressaram suas opiniões notaram uma mudança na forma como os colegas as tratavam e 22% observaram que as pessoas evitavam eventos sociais para ficar longe de tais discussões.

“O treinamento em comunicação e resolução de conflitos, conduzido pelo RH, pode ajudar a evitar tensões. Além disso, o RH deve promover uma cultura que respeite opiniões diversas para manter um ambiente de trabalho mais saudável e inclusivo.”

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