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70% dos brasileiros diminuem o tempo do desemprego no currículo

Especialista afirma que os recrutadores costumam não enxergar com bons olhos um tempo muito longo de desemprego, mas que é melhor ser sincero

Por Letícia Furlan
5 nov 2021, 07h00
Imagem mostra uma mulher sentada em frente a uma mesa preenchendo uma ficha à caneta.
 (Pexels/Sora Shimazaki/Divulgação)
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Uma pesquisa realizada pelo Grupo DNA, multinacional de tecnologia em recursos humanos, mostrou que muitos candidatos ainda mentem informações no currículo para aumentar as chances de contratação. Entre as mentiras mais comuns, estão questões relacionadas à proficiência em inglês, o valor do último salário recebido e até mesmo dados acadêmicos. E os profissionais do Brasil se destacam ao alterar o tempo em que ficaram desempregados.

O levantamento, feito com mais de 11.000 pessoas no Brasil, Chile, Peru e Colômbia, constatou que 75% dos brasileiros não fornecem informações corretas na redação e envio de seus currículos. Para Murilo Arruda, CEO do Grupo DNA, essa é uma prática reprovável e ineficaz para uma recolocação.

“Ao ocultar um ponto débil do currículo, o profissional está correndo o risco de ser eliminado por perda de confiança em um processo no qual, talvez, fosse aprovado, incluindo suas desvantagens. A confiança neste profissional – ainda mais em épocas pós-pandemia e home office – é a característica mais avaliada e valorizada em um candidato”, afirma Murilo, que aconselha que os candidatos tratem suas fragilidades com transparência, sejam quais forem. Trazer a verdade à mesa pode, inclusive, jogar a favor do candidato, já que ele mostra ao recrutador ser uma pessoa confiável e transparente desde o início.

Muito tempo de desemprego prejudica a recolocação?

Quando às mentiras do tempo de desemprego, Murilo compreende o lado do candidato. Isso porque é comum que o recrutador tenha preconceito com um profissional que não se recolocou rapidamente, chegando a duvidar de sua capacidade. “O fato é: quem recruta, no final do dia, realmente acaba ficando com um pé atrás com quem leva muito tempo desempregado, preterindo-o em relação a alguém que está a menos tempo nesta situação”, afirma Murilo.

Segundo o CEO, o período de seis meses costuma ser a “data de corte” que os recrutadores utilizam para começar a levar em conta a questão do tempo de desemprego. É por essa razão que tantos candidatos se sentem tentados a maquiar a informação, mudando a data de saída da antiga empresa, colocando uma “consultoria” no meio tempo ou mesmo um “período sabático”.

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Outras mentiras

Além disso, o levantamento também constatou que 60% dos brasileiros alteram os dados reais sobre o nível de inglês e, em 35% dos casos, há informações falsas sobre o valor dos salários anteriores. Mas os brasileiros não são os que mais mentem no currículo. Os colombianos ficam com o primeiro lugar, com 82% dos entrevistados exagerando nas informações, seguidos pelos peruanos com 78%. Os chilenos ficam logo atrás, com 72%.

Ainda que não justificável, a porcentagem de mentiras ou maquiagens em algumas debilidades aumentou bastante durante a pandemia, afirma Murilo. “Os números relacionados a dois anos atrás são significativamente mais baixos que os de 2021. Os tempos de recolocação aumentaram e as taxas de desemprego também. Portanto, cresceu a competição por uma mesma posição no mercado. Além da entrevista, muitas vezes, não ser presencial”, explica.

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