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No mercado de inovações, antropólogos viram desbravadores de tendências

Companhias procuram profissionais de antropologia para compreender, detalhadamente, quais são as mudanças no perfil dos consumidores

Por marinaverenicz
Atualizado em 5 dez 2020, 20h56 - Publicado em 15 Maio 2019, 06h00
Carol Zatorre, da consultoria Kyvo: técnicas de antropologia para ajudar as empresas a melhorar seus produtos  (Germano Lüders/VOCÊ S/A)
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Já se foi o tempo em que aqueles que se formavam em antropologia ficavam limitados à carreira acadêmica.  Cada vez mais, esses profissionais estão sendo recrutados para atuar na área corporativa.

Há demanda especialmente para quem se especializou em imersão sociocultural e consegue analisar hábitos de consumo e necessidades futuras de diferentes segmentos da população.

Para isso, os antropólogos costumam ir a campo com o objetivo de se aprofundar numa realidade estudada, seja por meio de entrevistas, seja pela compreensão do estilo de vida daquelas pessoas. Aptos em investigar os códigos humanos, eles ajudam as empresas a construir ligações entre marcas e consumidores.

“Atuando como um pesquisador especializado, o profissional traz uma abordagem que foge do senso comum das pesquisas, que são mais superficiais”, diz Carla Carvalho, psicóloga e assessora de carreiras da Catho, plataforma de busca de empregos.

Com os dados em mãos, é possível prever mudanças no comportamento (dos indivíduos e da sociedade) e traçar tendências sobre as práticas de consumo — ouro puro para as organizações.

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“Empresas querem inovar e ressignificar as relações com o cliente, o que, no futuro, prevê grande participação dos profissionais de antropologia’’, diz Carla.

O campo de trabalho é amplo e tem espaço até para antropólogos empreendedores, que fornecem seus serviços para diferentes companhias. Esse é o caso de Carol Zatorre, de 37 anos, da Kyvo Design-Driven Innovation, consultoria de inovação que atua no Brasil e em Portugal.

Formada em sociologia e antropologia pela Universidade Federal do Paraná, ela trabalhou nas consultorias McKinsey e Insitum antes de fundar a Kyvo em 2015, ao lado de três sócios.

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“Pensamos no contexto do produto para que ele faça sentido na vida de quem vai usá-lo. Usamos recursos da antropologia, com entrevistas e visitas de campo. Utilizamos a teoria para apresentar para o mercado a diversidade cultural de seu público”, diz Carol.

Com 30 funcionários, entre designers, desenvolvedores e pesquisadores, a empresa tem entre seus clientes Visa, Samsung e BRF.

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