PepsiCo tem programa de recrutamento para profissionais 50+
Desde a criação do Golden Years, a PepsiCo já contratou mais de 400 profissionais com mais de 50 anos para todas as áreas
As discussões sobre o etarismo têm sido mais frequentes, mas o tema ainda tem muito a progredir. Como em toda transformação cultural, o papel do RH e dos líderes é estratégico para que a pauta possa avançar rumo aos demais na empresa. “O maior desafio é convencer o público interno de que esses programas são necessários”, afirma Andrea, da Maturi, plataforma voltada para conectar pessoas maduras entre si e com empresas. “E, depois que isso se torna uma pauta, é quebrar os vieses e estereótipos. Se os funcionários não estiverem preparados para isso, vão acabar reforçando preconceitos quando o profissional 50+ passar a integrar a equipe”, diz Andrea.
Na PepsiCo, onde a pauta da diversidade geracional teve início relativamente cedo, desde 2014, essa mesma percepção vem se consolidando. Por lá, o engajamento dos profissionais 50+ é 3 pontos percentuais maior que o resultado geral da PepsiCo Brasil. Além disso, entre janeiro e novembro de 2021, essa faixa teve um turnover 38% menor que o quadro geral. Já em 2020, o absenteísmo dela foi 27% menor.
Desde a criação do programa Golden Years, voltado para a contratação de profissionais acima de 50, a PepsiCo já contratou mais de 400 pessoas nessa faixa etária para todas as áreas. Atualmente, são mais de 1.000 profissionais 50+ na empresa. “Nossa principal motivação é querer ter o reflexo da sociedade no nosso quadro”, afirma Fabio Barbagli, vice-presidente de recursos humanos da PepsiCo Brasil. “Os profissionais acima de 50 anos são extremamente capacitados, engajados e entregam excelentes resultados.”
O programa se mantém ativo o ano todo, abrindo vagas conforme a demanda da empresa, em todos os níveis e áreas. E todas as vagas, mesmo fora do programa, são abertas para profissionais 50+. Internamente, o grupo de afinidade que discute ações voltadas para as gerações tem sido uma das principais ferramentas para garantir a inclusão dessas pessoas. “Essa equipe define ações que implementamos na organização”, diz Fabio.
Uma das dificuldades ainda é a atração desse público, principalmente quando muitas das políticas de recrutamento focam ações nas universidades, onde a presença de 50+ é minoritária. “Estamos trabalhando em alternativas para fazer essa procura, utilizando mais de uma fonte e buscando proativamente o talento”, afirma Fabio. Por outro lado, a presença das pessoas com mais de 60 anos nas faculdades está crescendo. No total, são 27.000 idosos fazendo cursos universitários no Brasil, segundo o Censo de Educação Superior de 2019. Entre 2015 e 2019, o total de 60+ nas salas de aula subiu 48%, ante apenas 7% de crescimento entre os estudantes abaixo de 59 anos.
Este trecho faz parte de uma reportagem da edição 78 (fevereiro/março) de VOCÊ RH. Clique aqui para se tornar nosso assinante