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Rafael Souto

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É CEO e fundador da Produtive Carreira e Conexões com o Mercado, consultoria de gestão, recolocação e transição de carreira, membro do conselho da AMCHAM e ministra palestras sobre carreira e liderança
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Agilidade emocional no mundo corporativo

Lideranças que conseguem se adaptar ao estilo de seus liderados, com conexões mais profundas, tendem a construir ambientes de segurança psicológica.

Por Rafael Souto, colunista de Você RH
Atualizado em 28 set 2023, 17h13 - Publicado em 30 jun 2023, 15h13
Uma mulher está sentada em frente a um balcão, com um dos braços apoiados nele. Ela veste uma camisa jeans e sorri
 (Unsplash/ Brooke Cagle/Divulgação)
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uma organização, devemos encarar a diversidade como um conceito que vai além da pluralidade de pessoas. A pesquisadora Susan David, autora do livro Agilidade Emocional, defende a abertura das empresas à diversidade emocional presente em cada indivíduo, como mecanismo de engajamento e inovação. 

Ao longo de suas pesquisas, Susan percebeu que a dedicação e a criatividade florescem em ambientes de trabalho em que os líderes têm uma consideração personalizada em relação às necessidades dos colaboradores. São gestores que conseguem adaptar sua comunicação de acordo com o perfil dos colaboradores, permitindo que eles sejam emocionalmente genuínos. Segundo ela, pessoas, equipes, organizações, famílias e comunidades mais ágeis e resilientes são construídos com base na abertura às emoções humanas.  

Essa personalização do relacionamento é uma das características de quem tem a chamada agilidade emocional.  Definida por muitos como a próxima inteligência emocional, essa agilidade “harmoniza” a convivência do indivíduo com emoções e pensamentos muitas vezes incômodos e desagradáveis, tais como raiva, vergonha, sensação de fracasso ou de estagnação.

Não se trata de anular, abafar ou extinguir uma emoção incômoda, e sim reconhecê-la.  Nomear corretamente os estados emocionais é o primeiro passo para conseguir se desvencilhar do domínio da emoção sobre a razão. As emoções, diz Susan, são mestras, e contêm informações úteis para descobrir o que importa para o indivíduo e para os outros, daí a importância da agilidade emocional em líderes. 

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Lideranças que conseguem se adaptar ao estilo de seus liderados, criando uma conexão mais profunda, constroem ambientes com segurança psicológica. Essa, aliás, é uma das premissas para a inovação nos negócios, segundo a professora de Harvard, Amy Edmondson. 

Seu trabalho está no livro Organização Sem Medo: criando segurança psicológica no local de trabalho para aprendizado, inovação e crescimento. Nesta obra ela detalha a importância da relação de confiança entre as pessoas para que os colaboradores não tenham medo de se manifestarem e se sintam confiantes para discordar de seus pares e livres para inovar. 

A meta suprema da agilidade emocional é manter ao longo da vida um sentimento de desafio e de crescimento vivo e saudável, segundo Susan. Nesse sentido, a agilidade emocional se aproxima do conceito de growth mindset, a mentalidade de crescimento definida pela professora de Stanford escritora Carol Dweck, no livro Mindset: a nova psicologia do sucesso

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As pessoas com mentalidade de crescimento acreditam no seu potencial de aprendizado, aprendem com erros e encaram desafios como oportunidades de aprender. São opostas às pessoas com modelo mental mais rígido (fixed mindset), que têm uma ideia definida sobre si mesmas e não querem se arriscar. 

Se uma pessoa com modelo mental fixo se considera inteligente e se depara com um problema difícil, ela o abandona, com medo de perder seu status de inteligência. Já as pessoas com mentalidade de crescimento aprendem com problemas, querem percorrer uma jornada de desenvolvimento, ao longo da vida.

Em contextos complexos e em constante transformação, a rigidez de comportamento é tóxica. O novo mundo do trabalho é daqueles que se colocam com mais flexibilidade, com a atitude de aprendizado contínuo e abertura à diversidade de pessoas, ideias e emoções.

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