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Larissa Santana

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Fundadora da escola de comunicação CALOR e pesquisadora do Grupo de Estudos em Comunicação e Criatividade nas Organizações da FGV.
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Limitação financeira é o principal obstáculo para RHs adotarem IA

Por Larissa Santana, colunista da VOCÊ RH
Atualizado em 26 set 2024, 13h44 - Publicado em 24 set 2024, 14h33
Ao lado esquerdo, um mouse sem fio. Ao lado direito, um cofre de miniatura, em formato de porco
 (Vladimir Sukhachev/ Getty Images/Reprodução)
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A pesquisa “Transformação Digital do RH”, feita pela Think Work (plataforma de conhecimento sobre gestão de pessoas) e pela Flash Benefícios, mostrou que 30% dos RHs do Brasil já usam inteligência artificial no seu dia a dia. E as vantagens são animadoras: ganhar tempo para frentes estratégicas, reduzir custos, melhorar qualidade. Mas por que, então, os outros 70% ainda não estão usando?

A resposta é uma combinação de falta de estrutura, de conhecimento e de recursos, como vemos nas respostas dos entrevistados que compõem os 70% ainda fora da IA.  

Maiores obstáculos nas empresas que ainda não adotaram IA

(213 entrevistados, % de respondentes que citaram o fator) 

  1. Limitações financeiras: 28%
  2. Falta de infraestrutura de TI na empresa: 27%
  3. Falta de profissionais com expertise dentro do RH: 26%
  4. Não sabemos por onde começar: 21%
  5. Falta de cultura orientada a dados: 14%
  6. Dificuldade de integrar os sistemas da organização: 14%
  7. Baixa percepção de segurança das informações: 12%
  8. Problemas relacionados a dados de pessoas: 11%
  9. Falta de apoio do time de TI: 10%
  10. Falta de profissionais capacitados no mercado: 8%

Limitações financeiras apareceram como obstáculo número 1, mas bem perto dos fatores seguintes: falta de infraestrutura (27%), falta de profissionais com expertise (26%) e “Não sabemos por onde começar” (21%). Somando tudo isso, o desafio realmente parece enorme: como começar sem gastar um caminhão de dinheiro se não existir sequer um mínimo de organização de dados e ferramentas, ou gente dentro do RH pesquisando o tema?

Vale lembrar que a pesquisa falou mais com times (78% dos entrevistados) do que líderes (22%). Gente que está, em geral, mergulhada no operacional. Além disso, a maior parte dos entrevistados – 56% – atua em organizações com até 500 colaboradores. Quão menor a empresa, maior a probabilidade de o trabalho do RH ser focado em “apagar incêndios”, segundo pesquisa de 2023 também da Think Work. 

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Estar em dia com práticas mais modernas em gestão de pessoas é uma realidade principalmente de organizações maiores. E o reflexo disso aparece nos dados de adoção de IA por porte de companhia: Nas grandes, 34% dos profissionais de RH já usam a tecnologia. Nas médias, 31%. Nas pequenas, 25%.

A base de tudo: cultura e liderança

Na prática, o que a pesquisa revela é que, mais do que um ou outro fator, mais do que o porte, o que pesa para a adoção de IA é o modo como as empresas encaram tecnologia. Buscar contato constante com ferramentas, dar tempo e liberdade a colaboradores para explorar, fazer parte de um ecossistema com parceiros e fornecedores que compartilhem boas práticas… tudo isso cria pontes e facilita a expansão de competências da organização.

Não é a primeira vez que estamos falando de tecnologia no RH. Já há anos se discute a importância do uso de dados, people analytics e até IA – que não é novidade, só ganhou velocidade agora. Quem ainda não passou por esse debate é que está sofrendo mais para acompanhar as novas tecnologias. “A gente tem clientes que já estão mais avançados na questão da digitalização de uma forma geral. Esses têm uma cultura de dados maior, um trabalho mais próximo de algumas áreas de tecnologia”, conta Frederico Miranda, diretor de produto da Flash. Clientes que não passaram por transformação digital, no entanto, têm um sentimento diferente. “Sentimento de ‘Será que é pra mim?, ‘será que eu consigo?'”, diz Frederico Miranda, diretor de produto da Flash.

A resposta, segundo os realizadores da pesquisa, é que, sim, IA e qualquer outra tecnologia podem funcionar em qualquer RH. Mas é preciso que a liderança abrace e estimule a novidade. “Vemos que o perfil do CHRO, ou do CEO, interfere na inovação no RH. Executivos que são mais conectados em tecnologia, inovação e em ouvir as pessoas acabam desafiando sua equipe para fazer diferente e melhor… inovar”, afirma Tatiana Sendin, fundadora e CEO da Think Work.

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O recado aqui é claro: líderes, a bola está com vocês para inspirar os times e vencer as barreiras. Transformar o RH pode estar a apenas uma ferramenta de distância.  

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