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Isis Borge

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Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group

Cringe: o que esse termo revela sobre as diferenças geracionais

As diferenças geracionais são importantes e precisam ser entendidas para que as empresas trabalhem bem com profissionais de todas as idades

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ RH
2 jul 2021, 17h04
Foto mostra um grupo de quatro pessoa, formado por dois homens e duas mulheres, conversando em um ambiente de trabalho.
 (Pexels / Jopwell/Divulgação)
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O termo cringe ganhou fama recentemente, após a blogueira Carol Tchulim lançar no Twitter uma pergunta aos jovens da geração Z: “Por favor, jovens da geração Z, me contem o que vocês acham cringe nos millenials?”. Hoje, dia dois de julho, enquanto você lê esse artigo, o tal post criado por ela já tem mais de 10 mil comentários e 37 mil curtidas. Mas, afinal, para quem não é da geração Z, o que é cringe?

Cringe seria a definição de algo praticado pelas gerações X, Y e Baby Boomer e que, aos olhos dos integrantes da geração Z, é vergonhoso. Podemos traduzir cringe como sendo “mico”, “cafona” ou “uma vergonha alheia” para contextualizar melhor.

A geração Z é formada por pessoas nascidas entre 1995 e 2010, ou seja, entre eles, o “mais velho” tem, hoje, 26 anos. Antes deles, temos a geração Y ou Millenials, com pessoas nascidas entre os anos de 1980 e 1994, a geração X, com nascidos entre 1965 e 1979, e os Baby Boomers ou geração silenciosa, pessoas que nasceram entre 1946 a 1964. A próxima geração a entrar no mercado de trabalho é a Alpha, formada por quem nasceu a partir de 2010.

Pensando nisso, listei algumas situações dentro das organizações que são vistas como cringes aos olhos da Geração Z:

Tomar café da manhã ou simplesmente café

Tomar café da manhã foi surpreendentemente um dos itens mais votados como sendo cringe. Acredite, a maioria dos jovens da geração Z também veem como cringe o vício no simples cafezinho por parte dos integrantes das gerações anteriores. Esse é um vício que dificilmente irá mudar, já que habitamos o país que é considerado um dos maiores produtores de café do mundo.

Usar emojis sem ser em situações de ironia

Eu uso muito emoji no WhatsApp, por exemplo. Agora, toda vez que utilizo os emojis me lembro que sou cringe. Já fico imaginando que sempre que eu for enviar uma mensagem no grupo da empresa correrei o risco de ser julgada por um integrante da geração Z. Na visão deles, é permitido apenas o uso de figurinhas.

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Comentar sobre filmes e programas antigos (Disney, Harry Potter, Friends, etc)

Eu, particularmente, devo continuar sendo cringe por esses temas. Essa semana fiz uma brincadeira no meu story do Instagram, aproveitando o lançamento do episódio Friends The Reunion, e perguntei quem gostava do seriado. Apenas 20% declarou não gostar, sendo a maioria desses respondentes mais jovens. Tive a certeza que muitos deles integram a Geração Z e me viram como cringe por lançar a pergunta.

Utilizar foto nos perfis

No lugar da própria foto, a geração Z prefere utilizar animações, caricaturas ou mesmo fotos engraçadas de pessoas famosas. Veja as fotos dos membros do grupo de WhatsApp da empresa. Muito provavelmente você identificará a geração Z e eles as demais gerações.

Utilizar pontuação na internet

Eles afirmam que é cringe a escrita correta do idioma como colocar letra maiúscula no início das frases e as devidas pontuações se for em uma conversa informal na internet.

Determinados cuidados com a aparência

Para a geração Z, é um mico ter unhas de gel ou pintadas no estilo francesinha, assim como usar sapatilha de bico redondo, utilizar calça jeans skinny e dividir o cabelo de lado (a geração Z prefere dividir ao meio).

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Determinados hábitos do dia a dia

Para esse grupo, também pode ser considerado cringe ler jornal impresso, pagar “boleto” em vez de “contas” e utilizar hashtags nas legendas do Instagram ou em qualquer comunicação, como por exemplo #partiu. Também foi citado como cringe as gerações anteriores falarem com saudades sobre velhos hábitos como o de ir à locadora de vídeos e ouvir discos de vinil e CDs, ou mesmo iniciar conversas com a frase “na época que eu ia na faculdade” ou “no começo da minha carreira”.

Toda essa discussão nos direciona a um assunto bastante em pauta no mundo corporativo: o desafio dos conflitos geracionais e a reflexão sobre como é difícil para as lideranças conseguir lidar com as diferenças entre as pessoas de times diversificados e fazer com que todos se sintam incluídos, e de fato, parte do todo. Isso é difícil!

As diferentes dificuldades de conviver com cada geração

O Talenses Group, entendendo essa dificuldade, fez uma pesquisa de Conflito Geracional com respondentes de diversas gerações e níveis hierárquicos. Vou comentar algumas conclusões que analisamos dessa pesquisa.

Dificuldades de trabalhar com as gerações X e baby boomers

As dificuldades citadas do convívio com essas gerações são parecidas, aparecem temas como a dificuldade de adaptação às mudanças; a visão moralista e engessada sobre questões relacionadas à diversidade; a dificuldade na utilização de ferramentas digitais e tecnologias; a lentidão em processos habituais; e no caso da geração X também aparece o fato de seus integrantes serem workaholics e valorizarem apenas profissionais que sejam iguais a eles.

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Dificuldades de trabalhar com as gerações Y e Z

A maioria citou como dificuldades na interação com as gerações Y e Z: a vontade do grupo de ascender muito rapidamente mesmo sem preparo; seguido do desapego aos seus empregos; da dificuldade de relacionamento interpessoal; seguida da necessidade de interação e exposição de opinião e por fim foi citado que os profissionais mais jovens não costumam obedecer às regras e costumam sugerir mudanças sobre as normas da companhia.

Pontos positivos de cada geração

Apesar das diferenças, quando os respondentes foram questionados sobre qual seria a opção de preferência caso pudessem escolher a geração de seus gestores, a maioria afirmou que seria indiferente na escolha do gestor. Já dentre os que optaram por um perfil, quem escolheria um gestor X ou Y justificou que seria por eles terem um perfil comprometido, permanecerem mais tempo nas empresas e, com isso, corroborar com o desenvolvimento do respondente. A parcela que escolheria um gestor da geração Z mencionou que geralmente são profissionais com perfis mais inovadores, conectados com as novas tecnologias, adeptos do trabalho à distância e abertos à diversidade de opiniões e perfis. E os que escolheriam um gestor baby boomer o fariam por esses gestores serem profissionais com um perfil mais experiente, com uma boa visão organizacional e que podem corroborar com o crescimento profissional do respondente.

Em breve, teremos a geração Alpha – possivelmente – achando que o termo cringe é cafona e trazendo mais elementos para a discussão com algum outro novo termo que vai gerar mais reflexões. Enquanto isso, sigo por aqui acreditando que quanto mais diversos forem os ambientes corporativos, maiores serão as chances de inovação nas empresas.

Mas é importante que cada um de nós sempre estejamos alertas sobre quais ações podemos mudar em nós para sermos pessoas melhores e mais empáticas. Só assim teremos ambientes de fato inclusivos, minimizando cada vez mais esses conflitos geracionais.

Assinatura de Isis Borge
(VOCÊ RH/Divulgação)
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