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Isis Borge

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Ainda vale a pena mandar currículo? A resposta é sim

Muitos profissionais de recrutamento e seleção trabalham a partir desse documento. Mas é bom ampliar sua divulgação de competências com outros canais.

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ RH
8 dez 2023, 18h34
 (Racool.Studio/Freepik/VOCÊ RH)
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Eu tenho visto nas redes sociais surgir um grande número de perfis de pessoas que defendem a extinção dos currículos. São mensagens que orientam os profissionais a não enviarem mais o documento, alegando que ele está em desuso e vendendo cursos que ensinam a melhorar o perfil do LinkedIn com foco nos algoritmos.

Trabalho com recrutamento desde 2011. Nesse período, acompanhei de perto todos os movimentos e as inovações do mercado de recrutamento e seleção. Convivo com headhunters com mais de 20 anos de experiência. Converso diariamente com líderes de empresas e de RH. E, por tudo isso, acredito que orientar um trabalhador desempregado a não enviar currículo é uma irresponsabilidade.

Todos os profissionais de recrutamento e seleção com os quais convivo ou troco informações e experiências olham os currículos recebidos pelos diferentes canais das empresas. Então, sim, o currículo é importante e faz sentido continuar enviando-o. Mas a questão é que a divulgação das suas habilidades e competências, hoje, precisa ser mais ampla.

Atualizar o LinkedIn ajuda muito

Isso quer dizer que, além de enviar o currículo, você precisa manter o perfil do LinkedIn atualizado, inclusive informando quando você estiver disponível para novas oportunidades. E outro ponto importante: se determinadas empresas contratam por plataformas de cadastros, realizar o registro das informações nesse sistema é fundamental para participar dos processos.

Noto que as pessoas que defendem o fim do currículo argumentam que muitos fazem o envio e não são chamados para entrevistas. Mas, veja, não basta apenas enviar o documento para participar de um processo. É preciso, de fato, cumprir os requisitos da posição e, tão importante quanto, que essas informações estejam estrategicamente expostas no currículo, com palavras-chave e de maneira customizada ao processo em questão.

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O que acontece, também, é que algumas vagas confidenciais são divulgadas de uma forma mais genérica com o objetivo de não expor a pessoa que ainda está na cadeira e será substituída. Dependendo da criticidade da posição, em alguns casos, a vaga nem chega a ser divulgada em canais oficiais utilizados pela empresa.

Nesses casos, o recrutador costuma fazer uma busca ativa por profissionais em empresas-chave, em indicações de sua rede de contatos e, em alguns casos, no próprio LinkedIn. E, claro, também consulta os currículos que ele já tenha recebido, além do banco de dados da consultoria e da empresa contratante.

Vale destacar que é comum a empresa que está com a vaga em aberto enviar ao recrutador à frente do processo todos os currículos que, em algum momento, recebeu e, pelo menos aparentemente, estão aderentes à vaga. Mas, de novo: note que o currículo continua sendo importante mesmo em vagas que não estão divulgadas.

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Outro momento em que o currículo é importante: uma vez organizadas as entrevistas dos candidatos com líderes da companhia, os entrevistadores pedem o currículo em todas as etapas. O candidato deve entrar na entrevista com o documento em mãos ou após tê-lo lido. Então, não deixe o currículo de lado.

Em vez de aposentar o documento, tenha mais critério no momento de produzi-lo ou enviá-lo. Atente-se às principais boas práticas para criar um currículo, entenda como passar pelos filtros das tecnologias que auxiliam os recrutadores e tome todos os cuidados quando for compartilhá-lo.

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