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Ana Bernal

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Ana Bernal é advogada criminal, palestrante, colunista, consultora e professora. Atua também como diretora-secretária geral da diretoria executiva da OAB São Paulo

Violência doméstica: o que as empresas devem fazer para ajudar as vítimas

O Brasil está no 5º lugar no ranking global de feminicídio. Para lutar contra isso, as companhias precisam atentar aos sinais de violência doméstica

Por Ana Bernal, colunista de VOCÊ RH
25 fev 2021, 14h09
Mulher com a mãos cobrindo o rosto.
 (Pexels / Kat Jayne/Divulgação)
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O aumento da violência doméstica contra a mulher coloca o Brasil no 5º lugar no ranking mundial de países em que mais se matam mulheres por questões de gênero – o chamado feminicídio, expressão dada à morte intencional de mulheres apenas pelo fato de serem mulheres. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que no Brasil morrem 15 mulheres por dia e a cada dois minutos cinco sofrem agressões físicas.

Observando esses números alarmantes, as empresas passaram a se engajar no combate a essa atrocidade que ainda está tão presente nos dias atuais, criando programas de acolhimento às suas colaboradoras. Grandes empresas no Brasil colocam a violência doméstica na pauta do RH, com iniciativas como canal para denúncias, suporte jurídico e até a possibilidade de transferência para outra cidade, quando a empresa tem filiais.

O problema da subnotificação

Esse é um problema social, por isso todos podemos e devemos ser agentes da interrupção desta barbárie, mas, para as empresas essa deve ser uma preocupação ainda maior. Pesquisa realizada pela Universidade Federal do Ceará em parceria com o Instituto Maria da Penha revelou que as mulheres vítimas de violência doméstica faltam até dezoito dias por ano, causando um prejuízo aproximado de 1 bilhão de reais ao Brasil. Além disso, a violência doméstica diminui o desempenho e muitas vezes interrompe a carreira dessas profissionais.

Há uma forte subnotificação dos casos de violência, tendo em vista que, em média, 50% das mulheres sofrem violência doméstica sem falar sequer para a família e apenas 22% das mulheres agredidas procuram um órgão oficial e a DDM (Delegacia da Defesa da Mulher) é a instituição mais buscada. Ou seja, a maioria não registra a violência sofrida e não dá pistas ou sinais da violência que vivem em seus lares. Assim, muitas empresas apenas sabem destas violências quando a mulher falece.

Acolhimento

As mulheres vítimas de violência doméstica precisam de acolhimento, de um lugar seguro fora de casa para saírem do ciclo de violência. Nessa esfera, o apoio de suas empregadoras é crucial, inclusive fazendo parte da legislação de alguns países. As empresas devem auxiliar essas mulheres de forma a proporcionar trabalho flexível, com licenças para que elas possam se mudar de residência e atender aos cuidados com seus filhos, além de proporcionarem a transferência quando existir essa possibilidade. Outro ponto muito importante é a mulher não perder o emprego nessa hora que mais precisa, já que a falta de dinheiro pode ser um fator que as deixa presas a esse ciclo de violência por medo caírem em situação de precariedade econômica.

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Segundo a Organização das Nações Unidas, um terço das mulheres já experimentou atos de violência pelos seus parceiros. É preciso quebrar esse ciclo. Juntos, governos e Sociedade civil, podemos lutar por um mundo mais justo e uma sociedade mais coesa.

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(VOCÊ RH/Divulgação)
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